De quantas horas precisamos para aprender (e por que ainda há tempo em 2022)

9/09/2022

Estamos em setembro. A partir de agora, temos alguns feriados, eleições, Copa do Mundo, final de ano da firma, Natal… e acabou o ano! E como estão as suas metas traçadas lá no início de 2022? Você está perto de aprender tudo o que pretendia este ano? Será que ainda há tempo? 

Mais de 100 dias 

Estamos a cerca de 16 semanas do final do ano de 2022. Falamos de pouco mais de 100 dias, ou quase 2500 horas. Apesar da sensação que parece tomar conta de todos nós nessa época, de que, a partir daqui, tudo passa muito rápido, a verdade é que isso não é pouco tempo e ainda é possível fazer muitas coisas. 

É provável que você tenha, em alguma lista que se perdeu ao longo do ano, aquele curso que desejava concluir, porém ainda não encontrou tempo. Ou uma atividade que sempre achou interessante, contudo, mais um ano vai passando, e você ainda não buscou aprender sobre. E, afinal, o quanto ainda é possível aprender em 2022 e suas muitas horas restantes? Você certamente já questionou quanto tempo precisaria dedicar para aprender algo, antes de começar. É uma pergunta natural, com respostas complexas e instigantes. 

De 10 mil a 20 horas 

Na primeira metade da década passada, era relativamente popular a “regra das 10.000 horas”. Em 2008, o escritor canadense Malcolm Gladwell havia lançado o best-seller Outliers: The Story of Success (na versão em português, “Fora de Série”), livro em que analisou casos de sucesso em diversas áreas e buscou apontar caminhos para a alta performance. Segundo o autor, era necessário praticar uma habilidade por 10 mil horas para que alguém pudesse atingir a excelência de nomes como Bill Gates e até os Beatles em suas áreas. 

Para além da autoridade imposta pelo categórico número 10.000, o valor teve base em cálculos feitos pelo autor na análise dos casos, bem como em um estudo realizado pelo psicólogo sueco Anders Ericsson em 1993, no qual os mais bem-sucedidos músicos acompanhados (pianistas e violinistas) teriam atingido a marca de 10 mil horas de prática (ou cerca de 10 anos). 

A tese, é claro, encontra várias contestações, como a da psicóloga norte-americana Brooke Macnamara: em entrevista ao The Guardian (2019), ela rotula a regra como uma “simplificação exagerada”, e reforça que é preciso atentarmos à interação entre vários fatores complexos, genéticos e do ambiente, antes de tentarmos determinar a fonte do sucesso na aprendizagem. O próprio Gladwell, posteriormente à publicação do livro, tentou pôr freio às repercussões da tese, explicando que, ao propor tal número, pretendia enfatizar a grande quantidade de tempo que necessitamos investir em um aprendizado – muito mais do que normalmente esperamos ou queremos dedicar. 

LEIA MAIS 

Tempo: se não se pode com ele, gerencie-o – Blog da Educação do SESI (sesirs.org.br) 

Lifelong learning: alguns caminhos para a necessária aprendizagem contínua – Blog da Educação do SESI (sesirs.org.br) 

5 razões para fazer cursos online ainda em 2022 – Blog da Educação do SESI (sesirs.org.br) 

Mais recentemente, outro livro de sucesso ambicionou estabelecer um novo “número mágico”, dessa vez um tanto mais motivador: apenas 20 horas. Josh Kaufman (2013) é o autor de The first 20 hours: how to learn anything… fast! (ou “As primeiras 20 horas: como aprender qualquer coisa… rapidamente!”). Por mais que o título pareça prometer uma solução simples demais, Kaufman explica, em entrevista à Forbes (2013), que o número exato de horas depende, é claro, do tipo de habilidade e do nível de desempenho almejado, mas que a regra das 20 horas contribui para o aprendizado, por diferentes fatores. 

Em primeiro lugar, ele afirma, se você conseguir se comprometer a estudar algo por 20 horas, isso significa que aquele objetivo realmente é importante para você, ao mesmo tempo em que não é algo inatingível. Em segundo lugar, partir do comprometimento com um número objetivo e realista de horas é um caminho essencial para vencermos a procrastinação. Por fim, 20 horas é tempo suficiente para experienciarmos uma mudança bastante significativa no nosso domínio de determinada habilidade ou assunto, sendo, inclusive, no período inicial que verificamos o maior progresso: começamos sendo “péssimos” no assunto, mas rapidamente aprendemos muito, para, em seguida, nosso ritmo de aprendizagem entrar em gradual declínio. 

Horas suficientes para fazer a diferença 

Seja qual for a quantidade de horas necessária para aprendermos algo efetivamente (se é que vale a pena tentarmos estabelecer tal número), o fundamental, como inclusive colocado igualmente pelos antagônicos autores citados, é entendermos que o sucesso não acontece “da noite para o dia”. Mais do que isso, sem vencermos a procrastinação, deixando metas para o ano que vem, e sem nos organizarmos, não atingimos nossos objetivos. 

Não se pode deixar de ressaltar, ainda, que todo esforço, toda hora praticada é muito importante. O que não podemos é parar de praticar. E é possível, sim, aprender algo em um curto espaço de tempo. Até porque nunca sabemos quando iremos nos deparar com aquele curso, aquela única aula, ou até aquela uma frase que vai abrir os nossos olhos para algo que fará toda a diferença na nossa carreira 

Sendo assim, que tal não deixar para 2023, e reservar algumas dessas milhares de horas para aprender com qualidade e ser um(a) melhor profissional ainda este ano? Aqui estão alguns cursos para ensinar você – em menos de 20 horas! Confira: 

EAD tem que ser SESI/RS. 

Autor: Bruno Schwartzhaupt, Mestre em Linguística Aplicada. Integra a equipe da Gerência de Serviços Digitais do SESI/RS. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fale Conosco!
Educação tá on!
© Todos os direitos reservados.
© Todos os direitos reservados.