Educação tá on!
Conhecemos a literatura tão logo chegamos ao mundo, pois há sempre um contador de histórias perto de nós. Podemos encontrar na família ou na escola uma pessoa apaixonada por livros e que adora compartilhar os textos que lê. Isso me faz lembrar de quando eu, ainda criança, descobri o poder das palavras.
Minha mãe recolhia os livros que eu espalhava pela sala, sentava-se comigo em seu colo e abria uma história diante dos meus olhos. Ali, dentro daquele objeto tão pequeno que ela tinha nas mãos, havia um mundo que eu ansiava por conhecer. Foi por esse motivo que, antes de saber escrever o meu nome, eu já conseguia contar as histórias que chegavam até mim pela voz doce de minha mãe.
O psicanalista Bruno Bettelheim é assertivo ao explicar que muitas narrativas que nos são apresentadas durante a infância auxiliam a criança a compreender que, no mundo real, haverá desafios a serem superados.
Os personagens que conhecemos podem, muitas vezes, estar vivendo algo parecido com a nossa realidade – e essa relação de espelho com o personagem nos ajuda a lidar com aqueles conflitos que nem mesmo conseguimos nomear. Na escola, por exemplo, eu sempre fui “a garota estranha” que ficava enfurnada na biblioteca enquanto os demais colegas aproveitavam o recreio para brincar. Eu queria usar todo o tempo do mundo para ler. Foi nessa fase da vida que conheci outra “garota estranha” como eu. Ela morava em um pequeno vilarejo no interior na França e foi aprisionada por uma terrível Fera em um castelo misterioso.
Segundo o filósofo Gilbert Durand, o nosso imaginário armazena informações, as quais são acionadas por “esquemas mentais”. Ou seja, quando eu me referi à história A Bela e a Fera, você provavelmente conseguiu acessar o seu imaginário, acionou os esquemas mentais e reconstruiu a história. Não à toa, quando eu conheci a princesa Bela, pude me sentir menos solitária. Eu entendi que ser uma “garota estranha” que amava livros me fazia ser especial. É esse o impacto que a leitura tem na nossa vida: ela nos ajuda a reconhecer a nossa humanidade no outro e nos torna mais corajosos diante dos nossos conflitos.
Até hoje, carrego sempre comigo um livro. Nós, adultos, também precisamos nos lembrar de que os problemas podem ser resolvidos.
O SESI acredita que o hábito da leitura pode ser construído se dedicarmos 15 minutos do nosso dia a essa atividade. Não é um problema se você levar um tempo até se concentrar. O importante é entender que a nossa mente precisa ser alimentada constantemente. Escolha um livro da sua preferência em seu acervo pessoal ou procure nossas bibliotecas. Venha descobrir novos mundos e se encantar com o poder das palavras!
Autora:
Bruna Vieira Dorneles
Educação tá on!