De forma implícita ou explicita, quando preparam suas aulas, os professores planejam as atividades que propõem, os projetos e as interações que idealizam, os ambientes, materiais e recursos que preparam, quando escutam, observam, acompanham e documentam as aprendizagens e o desenvolvimento de seus alunos. Os gestores planejam, quando definem com a comunidade, o currículo, o Projeto Político Pedagógico, Plano Anual e a estrutura organizacional da escola.
O planejamento não consiste em um modelo único, pois tem estruturas diversas que estão relacionadas com o tempo que se pretende organizar e prever. O ato de planejar é um ato de reflexão, de tomada de decisões. Exige compreensão da realidade dos alunos, da escola e da comunidade. É precedido de questionamentos que revelam a intencionalidade dessa ação: Que alunos temos? Que princípios organizadores dos diferentes campos de estudos podem atribuir sentido às suas aprendizagens? O que é necessário pensar a respeito de como orientar os alunos a perceber as conexões e a conhecer a fundo as partes, sem ignorar a complexidade do todo?
Planejar nada mais é do que projetar o que está por vir. Ao planejar, o professor toma decisões, considerando suas concepções, a realidade da escola e da comunidade em que está inserida e, de maneira singular, do conhecimento dos seus alunos, como eles aprendem, quais competências e habilidades a desenvolver em cada faixa etária, que situações-problema instigam a curiosidade e o desejo de aprender, que material é o mais adequado para determinada situação, quanto tempo é necessário e como a organização do espaço pode favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem de cada um e do grupo como um todo.
Falar de planejamento como exercício de reflexão e intencionalidade é conhecer os alunos, é ter clareza do que eles devem compreender e serem capazes de fazer, é escutá-los, identificar o que já conhecem e o que devem conhecer, é reconhecer o nível de complexidade das atividades propostas, é integrar as necessidades dos alunos, seus desejos, suas curiosidades às experiências de aprendizagem, é ter claros os objetivos e, como foco, os resultados desejados a partir das quais o ensino apropriado irá se desenvolver, é prever e elaborar formas de acompanhar as aprendizagens e dar devolutivas aos alunos, às famílias e à comunidade, é considerar a interação de todos os envolvidos no processo, o que demanda espaços e tempos de convívio e para os professores, em especial espaços e tempos para que possam trocar experiências e planejar coletivamente.
O planejamento é a forma de dar consistência à ação cotidiana. Quanto mais clareza o professor tiver de suas intenções educativas, mais tranquilidade quando em ação e mais flexibilidade para fazer mudanças quando necessárias.
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Autora: Mônica Bertoni, mestra em Educação em Ciências e Matemática, Orientadora Pedagógica e Diretora de Escolas de Educação Básica. Atualmente, na equipe do programa Gestão e Formação Educacional do SESI RS.