Um robô em uma linha de produção industrial está soldando partes de um carro ou componentes de um smartphone. Enquanto isso, um modelo pequeno e redondo está “varrendo” a nossa sala. Outro, um pouco mais robusto, está construindo as paredes de uma casa. Incorporado aos controles e sensores de um carro, um robô “dirige” de um lado para o outro, ou ainda, com uma mudança em sua programação, consegue preparar uma refeição. Apesar das situações descritas anteriormente parecerem uma realidade distante ou até mesmo cenas de filmes, estes são alguns dos robôs que já estão entre nós e fazem parte do nosso cotidiano.
Mesmo que para muitos ainda não seja fácil compreender seu funcionamento, esta ciência já é uma realidade em muitas escolas, fazendo com que crianças e jovens consigam se aproximar e desenvolver estes conhecimentos dentro de suas práticas escolares.
Há muito percebemos uma mudança na organização dos currículos escolares em vários aspectos, seja na relação com comunidade escolar, seja nos princípios, mas sobretudo percebemos que no propósito, na metodologia, esta mudança fica nítida e a relação da tecnologia com a educação, de uma maneira interdisciplinar, se apresenta como uma alternativa viável para que os estudantes consigam desenvolver competências e habilidades capazes de transformar o presente e o futuro.
Por isso é constante que a cada ano as escolas apresentem em seus materiais, portfólios e propostas pedagógicas termos como robótica, robô, pensamento computacional, programação, educação tecnológica, STEM e/ou STEAM , eletrônica e/ou computação, procurando integrar estas práticas ao seu fazer diário, demonstrando assim a sua validade como soluções que podem integrar os planos de aula e, ainda proporcionar avanços significativos para o ensino, a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes.
Entendendo a tecnologia como recurso e possibilidade e tendo a sala de aula como um local para a criação, dispomos de um completo espaço de aprendizagem, que rompe facilmente seus limites, levando até a comunidade as soluções encontradas pelos estudantes.
Se considerarmos apenas um destes recursos ou metodologias como, por exemplo, o da robótica, iremos rapidamente avançar para onde é possível ressignificar a forma de pensar e agir, onde a capacidade de autoria e de responsabilidade está nitidamente presente.
Trabalhando conceitos de forma interdisciplinar, os estudantes aprendem na robótica uma forma de buscar soluções trabalhando coletivamente, através do diálogo com seus pares, com os professores e outros especialistas. Buscam informações e dados em diversas fontes, fazendo de certa forma, uma curadoria de conteúdo, para chegar até o que realmente importa e o que pode contribuir com seus projetos.
Nesta dinâmica de construção e elaboração de conhecimentos, seguem contextualizando as descobertas com a realidade e com as soluções encontradas e, em muitos casos, avançam para conteúdos que não estavam previstos em sua grade curricular. Aqui se ilumina um importante papel da escola no qual os estudantes ampliam seu protagonismo e ação como cidadãos.
Com a robótica os estudantes deixam de ser consumidores de tecnologia e passam a produzir novas tecnologias. Ampliam sua capacidade criativa e artística pelas quais, através da colaboração, do pensamento crítico, da sensibilidade e, sobretudo, da aprendizagem coletiva e em rede, desenvolvem um espírito empreendedor para sua vida. O estudante deixa de somente consumir para dar um salto qualitativo e criar tecnologia, abrindo espaço para a invenção e a inovação.
A aplicação da tecnologia na educação, da tecnologia educacional, da robótica só é possível por meio da atuação das pessoas. Com o olhar atento dos professores que, interessados e intencionados pela qualidade em sua atuação, conseguem integrar e organizar estes recursos, metodologias, métodos e formas, para proporcionar e consolidar experiências de aprendizagem relevantes e duradouras para todos. E nesta condição de permanentes aprendizes, os professores também inspiram os estudantes a continuar aprendendo sempre.
É importante fazer ainda mais um destaque sobre a robótica na escola. É notório que, onde os estudantes podem dialogar, refletir, criar, projetar e agir na resolução de problemas, eles também aprendem e desenvolvem a responsabilidade social e a sustentabilidade. E estes são dois requisitos importantes para pensar e transformar a sociedade em que vivemos, seja local ou globalmente.
Em mais uma ação que alia educação e tecnologia, o SESI/RS promoverá a etapa regional do Torneio SESI de Robótica nos dias 07 e 08/05, iniciativa que contempla a robótica e o pensamento computacional na vida dos alunos. A transmissão acontece no canal do SESI/RS no YouTube.