Em maio de 2024, enchentes com consequências devastadoras assolaram o Rio Grande do Sul. Nessas situações, fatores como classe social, faixa-etária, rede de apoio e contexto influenciam nos efeitos, percepções e enfrentamento das pessoas.
De todos os afetados, crianças e adolescentes demandam maior delicadeza no trato, olhar atento e escuta sensível. Para nós do SESI, cuidar e proteger a infância e a adolescência faz parte da nossa essência e ética de trabalho. Por isso, reunimos algumas dicas para ajudar você a dialogar melhor com crianças e jovens.
É importante garantir um ambiente seguro, seja na escola, abrigo ou em outros locais, com a presença de adultos que acolham as crianças e os adolescentes física e afetivamente. Estar disponível passa a sensação de bem-estar, segurança e cria vínculos para que eles comuniquem suas emoções e dificuldades.
Também, é preciso ter intenção ao compor espaços e rotinas: isso auxilia as crianças em sua própria organização, conectando-as com suas necessidades e lhes dando mais recursos para o brincar, as artes e outras formas de expressão.
O brincar é um recurso fundamental nessas vivências: é através dele que podemos entender os dilemas, histórias e interesses das crianças. Ele pode ser proposto ou surgir espontaneamente, cabendo ao adulto observar e até participar se for convidado ou quando lhe for destinado um papel específico nas brincadeiras. Os educadores e demais adultos devem garantir tempo e espaço para brincadeiras.
Para adolescentes, a expressão, o diálogo, o contato com a arte e a cultura (música, filmes, dança, escrita literária) colaboram para o seu desenvolvimento e facilitam a elaboração do que se viveu.
Dê abertura às dúvidas e anseios das crianças sem julgar ou pressionar. Livros, filmes, música, escrita, desenho são ótimos aliados tanto para iniciar diálogos quanto como meios de elaborar angústias. Para crianças menores, a contação de histórias é um recurso que costuma captar o interesse.
Algumas dessas histórias, criadas no contexto das enchentes, foram bastante compartilhadas nas redes sociais e nos ensinam muito sobre comunicação com crianças, trazendo como elementos em comum:
Os familiares e responsáveis que também foram víti mas precisam ser escutados e acolhidos para que se fortaleça uma parceria no cuidado com as crianças e adolescentes, evitando transmitir ansiedades e fatos que eles ainda não têm condições de lidar.
O essencial, nesse momento, é que todos nós estejamos comprometidos em assegurar às crianças e jovens: cuidado, segurança, proteção e espaço de expressão para garantir que eles fiquem bem.