No contexto da educação, a inovação e a criatividade são pensadas de um ponto de vista próprio, não como sinônimos, mas conceitos inter-relacionados. A inovação é precedida pela criação.
Um ato criativo não parte do zero, mas tem como base a própria experiência sujeito. Uma educação criativa dá a conhecer alguns aspectos do mundo e garante um espaço “livre”, onde os sujeitos possam articular suas próprias experiências construindo algo autoral. A criação necessita de um espaço livre, por onde os sujeitos possam transitar e exercer sua individualidade, estabelecer relações que se constituem a partir de suas vivências e, por isso, únicas. Logo, uma educação baseada na experimentação e reflexão crítica de diferentes contextos possibilita o desenvolvimento da criatividade. Essa experimentação pode ser concreta, pela vivência do real, ou construída a partir do exercício imaginativo.
Seguindo essa perspectiva, a inovação pode ser entendida como a organização e concretização de uma ideia criativa. Comumente entendemos uma inovação como algo novo, mas a educação inovadora não busca propor o novo pelo novo. Nem toda mudança é uma inovação e nem toda a inovação se materializa em um produto inédito. Uma inovação está necessariamente atrelada a um tempo, um lugar e tem como objetivo responder a uma situação-problema identificada. Pilar Lacerda, especialista em educação, ao participar da Mostra Sesi Com@Ciência, diz que a educação inovadora olha para o território do qual faz parte e propõe soluções para as questões identificadas naquela comunidade. Essas soluções podem ser produtos, serviços, práticas ou ações que tenham algum impacto positivo.
Como discutimos acima, a inovação e a criação estão associadas a um processo de ruptura paradigmática, no qual o cenário social estabelecido em determinado tempo e local é analisado, e respostas para as situações-problemas identificadas são propostas.
Parafraseando Souza e Pinho (2016), “[…] a escola contemporânea pode ser definida como criativa e inovadora quando se dispõe a transformar o seu fazer pedagógico, coletivo, de forma consciente e emancipatória, atenta para si e para o seu entorno, como parte integrante da sociedade”.
Nesse processo, desenvolve sujeitos autônomos, criativos e inovadores, aptos a transformar a realidade.
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Algumas sugestões de leitura para você, que deseja saber mais sobre o assunto:
– Resumo do painel Inovação na Educação da Mostra Sesi Com@Ciência
– SOUZA, Kênia Paulino de Queiroz; PINHO, Maria José de. Criatividade e inovação na escola do século XXI: uma mudança de paradigmas. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 11, n. 4, p. 1906-1923, 20 dez. 2016. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação.